quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mercado editorial

A produção literária brasileira, para falar mais de mercado editorial do que a produção de textos e da literatura em si, nunca cresceu em velocidade tão grande. Segundo estimativas, o Brasil produz cerca de 55 milhões de livros a mais do que se comercializa anualmente.
O mais recente Censo do Livro, divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), aponta que o Brasil tem cerca de 750 editoras ativas, 498 delas enquadradas no critério Unesco de editora: edição de pelo menos cinco títulos/ano e produção de pelo menos cinco mil exemplares por ano.
Livrarias são os lugares que mais vendem livros; têm 62,70% do mercado. E o segmento que mais cresce é o religioso (mais de 39% ao ano). As vendas para o PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) crescem 27%. Na média, as compras pelo governo registram crescimento de quase 14%.
Esse mercado tão quente (foram publicados 55 mil títulos no Brasil em 2010) significa que o leitor brasileiro está lendo mais. O País tem autores reconhecidos internacionalmente e uma cena literária interna bem importante e efervescente. A Festa Literária de Paraty (RJ), a Jornada Literária de Passo Fundo (RS), a Bienal do Livro (SP) e a Balada Literária (SP) são grandes eventos que envolvem o mercado do livro.
O escritor brasileiro mais lido no mundo é Paulo Coelho, com mais de 100 milhões de livros vendidos. Dentro da literatura latino-americana, há nomes comparáveis aos grandes Júlio Cortazar (Argentina) e Gabriel García Marquez (Colômbia), como Machado de Assis, Mário Quintana, Carlos Drummonde de Andrade, Mário de Andrade, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, sem contar a cena alternativa contemporânea, os “novos escritores brasileiros”, com nomes já bem difundidos como Marcelino Freire, Xico Sá, Joca Reiners Terron e Índigo.
A crítica literária Raquel Cozer acha que o grande debate do momento são os livros digitais, e para onde eles empurram o mercado e o gosto dos leitores. Ainda não há números para se basear, mas não há dúvida de que os leitores de e-books se tornarão mais e mais presentes, com leitores eletrônicos e tablets.
“No processo evolutivo do cenário editorial as primeiras classes em risco de extinção são os livreiros e distribuidores”, afirma Cozer. Os intermediários tendem a ser engolidos nesse novo cenário. “Meu coração de leitora, fetichista por estantes, espera que as lojas físicas durem. Que virem polos culturais, com pequenas apresentações e leituras de autores entre ilhas de livros, como especulou dia desses um editor.”

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